Para quem não sabe, a cidade de Nova York tem praias. Não ficam em Manhattan, e sim um pouco mais afastadas (a cidade é enorme), mas estão lá. Uma delas é Coney Island (outra, adjacente, é Brighton Beach). Coney Island é famosa pelo parque de diversões lá presente, cercado de algumas outras atividades circenses / alternativas (como por exemplo o “Shoot The Freak”, no qual você paga para ficar dando tiros com uma arma de paintball num sujeito que fica tentando se desviar). Neste parque de diversões fica uma das montanhas russas mais famosas do mundo – a Cyclone, com um design clássico completamente diferente dos atuais, e que um dia já foi a montanha russa mais rápida do mundo.
Pois bem, está ocorrendo aqui um grande debate porque este pode ser o último verão de Coney Island como a conhecemos. Algumas imobiliárias estão comprando todos os terrenos da região e querem demolir tudo para fazer condomínios e hotéis de luxo. A discussão toda é (mantidas as proporções) similar a quando a prefeitura do Rio decidiu acabar com o Tivoli Park – um lugar decadente, que pagava um aluguel ridículo para prestar um serviço questionável e sem sequer conseguir auferir disso grandes lucros. Apesar disso, um local extremamente tradicional e pitoresco presente na memória e na imagem da cidade, assim como afetivamente significativo para quem cresceu lá. A questão é complicada pelo fato de que a Cyclone foi declarada historic landmark (depois de quase ser demolida na década de 70), e de que apesar de atualmente pertencer ao parque de diversões Astroland, está em terras públicas. Acabei decidindo ir lá dar uma olhada no que estava acontecendo. De fato, já caminhando da estação até a praia vi várias escavadeiras trabalhando e grandes áreas sendo preparadas para construção. Mas o núcleo tradicional da ação ainda está lá exatamente como sempre.
Algo a se notar na foto acima é a quantidade de bandeiras americanas. Eu ia escrever que os americanos têm algum tipo de fetiche com a bandeira americana, mas o fato é que os imigrantes também parecem ter. Elas aparecem em adesivos de pára-choque, bonés, camisetas, janelas, portas, anúncios, além de bandeiras de verdade que aparecem em todos os lugares inclusive em mastros colocados em residências particulares.
Apesar de estar já razoavelmente quente – mais de 30 graus em certos dias – muitos americanos vão à praia vestidos. Notem adicionalmente que a limpeza não é uma das características de Nova York.