No site Observador Político, levantam a pergunta: “os surdos devem estudar em escolas regulares ou especiais?”
Dando uma resposta ideal, lá vai:
Se os surdos quiserem estudar numa escola especial, e se houver uma escola especial para recebê-los, então que estudem numa escola especial.
Se os surdos quiserem estudar numa escola regular, e se houver uma escola regular para recebê-los, então que estudem numa escola regular.
Passando ao plano do governo realmente existente, por que essa pergunta tem de ser entendida como se fosse dirigida a uma única autoridade nacional central? Por que os surdos e aqueles que querem prestar serviços a surdos não podem conversar entre si, sem pedir e sem ter de ouvir a opinião dessa autoridade?
Pessoalmente, eu não tenho a menor ideia quanto à melhor escola, regular ou especial. E provavelmente nunca terei. A arte é longa, a vida é breve, as questões são muitas, eu já escolhi algumas, já sinto que não dou conta delas, e vejo cada vez mais que ter acesso ao Google não é ser um homem da Renascença em potencial.
Em suma. Não sei, só posso imaginar que as duas alternativas tenham vantagens e desvantagens peculiares. Respeito imensamente quem se dedicou à questão. Mesmo assim, não creio que a decisão a respeito de como melhor servir aos surdos seja uma decisão política.
Aqui está boa parte do que se chama de discussão política. Uns acham que cabe ao burocrata definir e garantir certos direitos. Outros, como eu, acham que a garantia (e até a realização) de certos direitos dependem da ausência desse mesmo burocrata.