Nas livrarias, dia 30, já em pré-venda na Cultura, As horas de Katharina.
E com comentários de Juliana Perez e notas de Jessé Primo. Conheço os dois e acho que não haveria ninguém melhor para trabalhar no livro. Juliana tem uma percepção muito aguda da obra de Bruno Tolentino, e Jessé, prestem bastante atenção, tem o melhor ouvido para poesia do Brasil.
Por ora, estando eu aqui exausto e atarefado, só poderia dizer que, num tempo remoto e distante, a peça finalmente publicada neste volume foi lida na Casa da Gávea, com Júlia Lemmertz no papel de Katharina. Foi uma noite memorável.
Este aqui é o segundo poema do livro:
Noturno
Bruno TolentinoI.
Porque o amor não entende
que tudo quer passar,
nunca, nunca consente,
a nada o seu lugar.Planta presa, de alpendre,
sacudindo no ar
braços impenitentes,
tenazes, em lugarde aceitar que não prende
nada, o amor quer dar
apaixonadamente
laços à luz solare é noite de repente.
II.
Se ainda te iluminar
com um olhar novamente,
sei que não vais estar
tão perto; a alma entende,o corpo quer gritar!
Porque o olhar apreende
mais do que alcança dar,
à distância, na mente,de que vale um olhar
com a noite pela frente?
Essa noite que tende
a unir e separarinapelavelmente…