Não dá para votar em ex-seqüestrador (e, pelo visto, em mais ninguém)

Até onde sei (quase nada), Fernando Gabeira é o menos abominável dos candidatos a prefeito do Rio – e isso sendo ex-seqüestrador. Mas simplesmente não dá para votar em quem participou de um seqüestro. Não dá nem para cogitar isso. Acredito que o seqüestrador tem o direito a um julgamento justo, a cumprir a sentença determinada pelo juiz, a estar quite com a sociedade, e a candidatar-se ao que quer que seja. Só acho uma pouca vergonha que seqüestre uma pessoa e depois venha querer ser prefeito. O fato de as pessoas acharem normal que um ex-seqüestrador possa ser deputado ou prefeito, ao mesmo tempo em que ostentam repulsa a criminosos do sistema financeiro, mostra o quanto o senso de proporções está perdido. Não digo que um criminoso de colarinho branco julgado e condenado deva virar prefeito – claro que não, nem ele. Mas se o ex-seqüestrador pode, por que não um banqueiro criminoso? Não sei se Salvatore Cacciola é culpado ou não, mas, se eu fosse ele, faria o experimento comportamental de lançar uma candidatura.

Como sempre, não vou votar em ninguém (mentira: votei no Dornelles exclusivamente para derrubar a abortista Jandira Feghali, após sua invasão da Arquidiocese do Rio, e votei “não” no glorioso referendo), e gosto de recordar que a multa para não votar é de apenas R$3,51. Você dá um tempo, vai na Zona Eleitoral, pega um papelzinho, paga na lotérica e volta para pegar o certificado de que está quite com a Justiça Eleitoral – esse documento é necessário para o passaporte.

Não vote. Leia um livro de ciência política. É melhor para você e para a sociedade.

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