Interpretando expressões comuns 2

Não há como resistir a tentação de dar minha contribuição à lista iniciada por Pedro…

Você é pretensioso. – Você ousa achar que sabe algo que eu não sei, e isso é um absurdo.

Vamos decidir democraticamente. – Que tal se a gente parar de discutir idéias e ao invés disso fizer um concurso de popularidade?

Precisamos melhorar a educação no Brasil. – Precisamos emitir mais diplomas para mais pessoas.

Precisamos proteger o grupo XXX de discriminação. – Precisamos criar a ilusão de que quem não der dinheiro para mim odeia o grupo XXX.

Precisamos regulamentar a profissão XXX. – Precisamos entravar ao máximo possível o acesso à profissão XXX para aumentar os privilégios de quem tiver autorização para exercê-la.

Se eu deixar você fazer isso vou ter que deixar todo mundo. – Não existe nenhum motivo coerente para esta regra existir mas eu gosto dela.

Sua opinião também é válida. – Vou ignorar completamente a sua opinião.

Essas são as tendências mais modernas nos EUA e na Europa. – Eu li na revista Veja que uma vez em 1976 alguém tentou isso no Canadá.

Todo mundo sabe que XXX. – Eu não faço a menor idéia de por que estou defendendo que XXX seja verdade.

E, last but not least:

Há que se endurecer sem perder a ternura. – Há que se perder a ternura mas sem admitir abertamente.

4 respostas para “Interpretando expressões comuns 2”

  1. “Precisamos melhorar a educação no Brasil. – Precisamos emitir mais diplomas para mais pessoas.”

    “Precisamos regulamentar a profissão XXX.- Precisamos entravar ao máximo possível o acesso à profissão XXX para aumentar os privilégios de quem tiver autorização para exercê-la.”

    As duas acima são imbatíveis, sobretudo a primeira com os tais “prounis”.

  2. Ou ainda:

    “Há que se endurecer sem perder a ternura.” – Há que se endurecer com os que pensam de modo contrário ao nosso sem perder a ternura pelos que pensam igual a nós”.

  3. Sérgio, uma variação sutil do “Todo mundo sabe que XXX”:

    Só você acha que XXX: o fato de que você sabe que XXX é verdadeiro é menos importante do que a opinião/impressão/achismo do resto da patuléia.

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