O que eu queria escrever no título era algo muito mais chulo, para dizer a verdade; algo que fosse realmente expressar o que eu sinto pela CPMF.
Quem já lê O Indivíduo há bastante tempo já pode imaginar perfeitamente o que é que eu teria a dizer sobre o assunto. Que a CPMF é mais um imposto. Que os governantes não conseguem fechar suas contas e nos obrigam a pagá-las, como se eu pudesse obrigar os vizinhos aqui do lado a me ajudar com o cartão de crédito. E que o aspecto mais sinistro da CPMF é, sem dúvida, o cruzamento de dados com o imposto de renda. O imposto de renda, por sua vez, com todas as suas zil regras, é tanto um instrumento de controle e intimidação quanto de “arrecadação” – com muitas aspas, sim, pois o nome adequado seria roubo. Já pagamos imposto sobre tudo.
Vejo por aí alguma movimentação da sociedade civil para acabar com a CPMF. Claro que é irresistível pensar “será que agora vai funcionar?” Faço votos de que sim. Mas tenho muitas dúvidas. A comunicação a respeito não enfatiza a imoralidade da CPMF, e insiste em aspectos econômicos. Ninguém também pretende dizer o óbvio: não dá para o brasileiro continuar querendo um governo onipresente e não pagar por isso. É preciso afirmar, para manter a coerência: eu quero que aquilo que não puder ser privatizado simplesmente acabe.