A vulgaridade segundo George Eliot

Quem chega ao capítulo V de Middlemarch sabe que até aquele momento o Reverendo Casaubon é um grande homem, capaz de falar sobre assuntos elevados, alguém que sutilmente demonstra desconforto em relação à conduta espalhafatosa de algumas pessoas à sua volta, tornando-se objeto de adoração da heroína Dorothea Brooke. Mas as únicas coisas que sua futilíssima irmã Celia consegue perceber a respeito de Casaubon são que ele faz barulho arranhando a colher no prato e pisca antes de falar. Como Dorothea a reprove por mencioná-las, Celia protesta, alegando que diz a verdade. Ao que ouve: Many things are true which only the commonest minds observe, ou, em bom português, “há muitas coisas verdadeiras que só chamam a atenção das inteligências mais vulgares”. Como isto.

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