Não acredito no defensor de nenhuma causa que não demonstre antes de tudo amar a verdade. Não amo a liberdade porque ela vai me deixar rico – provavelmente não vai – mas por acreditar que os atos livres são sempre mais perfeitos do que os atos coagidos. Amo a liberdade por saber que a operação do intelecto humano é necessariamente livre, e é esta faculdade da alma que define a nossa espécie: o homem é o animal racional.
E é por amar a verdade antes de tudo – ainda que este meu amor, como qualquer amor, infelizmente não seja perfeito – que sei que boas causas são prejudicadas por defesas mentirosas, ainda mais quando se trata de uma causa política como a da liberdade. Se seus defensores mentem e abusam durante a luta, que crimes cometerão se algum dia tiverem algum poder?
Agora, mais do que isso, a causa da liberdade não precisa de defensores que reproduzam os piores defeitos intelectuais que a esquerda tem exibido nas últimas décadas e que conduziram à miséria intelectual brasileira. A liberdade não precisa de um Rodrigo Constantino que primeiro diga absurdos, depois leia argumentos, finja que não leu nada e simplesmente desqualifique o adversário. Apenas para resumir, eis aqui o que Constantino decidiu ignorar:
1. Que seria bom fundamentar a frase “ser bom é bom” sem partir para a metafísica. Não é preciso ir para a teologia; é possível ser um estóico pagão, ou neoplatônico anticristão, e defender esta tese de maneira absolutamente respeitável. Vamos esperar, porém, a defesa dela por Constantino. Esperar para sempre, imagino.
2. Que precisa mostrar que foi mesmo o Iluminismo, e não o trabalho do convertido anglicano William Wilberforce que acabou com a escravidão.
3. Que não custa demonstrar que a Igreja sempre foi conivente com a escravidão, já que isso é tão claro.
4. Que também não farial mal dar alguma prova de que Hitler era católico. Sabemos que ele foi criado numa família católica, mas talvez até o Rodrigo Constantino tenha sido.
5. A simples informação de que não tem a menor idéia do que seja infalibidade papal. Sua grosseria teológica não aparece nem nos argumentos de cristãos não-católicos (aqueles que tem maior razão para não gostar de um Papa infalível).
Muitos esquerdistas ainda conseguem entender e responder alguma coisa quando encontram um argumento, mas Rodrigo Constantino, seguindo o exemplo dos piores esquerdistas, não faz outra coisa além de fugir, acusar e dizer “querem me calar de qualquer maneira”.
Por isso, Rodrigo, se alguém quer calá-lo, é só porque deseja se autodenominar liberal sem correr o risco de ser confundido com você.
Chicken Little: animal totêmico de Rodrigo Constantino