Recado de Walter Williams

No seu e-mail diário, o alcaide inimigo da pontuação Cesar Maia faz uma bela advertência (que tomei a liberdade de revisar):

1. A inconseqüência institucional de Lula chegou ao limite do democraticamente suportável. Sua decisão de combinar a formação de seu ministério com a eleição das mesas da Câmara e do Senado mostra os riscos que a democracia brasileira corre pela inorganicidade e natureza do chefe de governo num regime presidencialista vertical como o nosso.

2. Parece que nem a leitura dos primeiros artigos da Constituição foi feita. A independência entre os poderes não é questão de endereço postal. Esta independência obedece a uma liturgia nos paises democráticos. Recentemente os republicanos perderam a maioria na Câmara de Deputados nos EUA. Durante as eleições os democratas informaram quem seria o presidente da Câmara – na verdade a presidente – no caso de sua vitória. No dia seguinte às eleições o presidente Bush convidava e recebia a nova presidente. No Reino Unido esta independência passa pelo ritual de que para a Rainha (o Estado), entrar na Câmara dos Comuns, seu representante deve bater na porta simbolicamente fechada, e só com licença formal entrar para levar um comunicado da Rainha.

3. Quem assistiu uma sessão da Câmara dos Comuns no Reino Unido anotou que a postura do speaker – presidente da casa – e simbolicamente descrito como porta voz da instituição, é de completa neutralidade em relação aos trabalhos.

4. O que se joga nas eleições de 1 de fevereiro de 2007 para presidentes da Câmara e do Senado é exatamente isso. Vamos ter dois presidentes que passam a ser meras extensões do poder executivo, como se na escolha do ministério eles fizessem parte – ministro presidente da câmara e ministro presidente do senado?

5. O atual presidente do Senado negocia abertamente com o presidente Lula a ocupação de cargos na administração, com todos os registros feitos pela mídia. Sem nenhum pejo. O candidato do PT a presidente da Câmara declara isso com orgulho, garantindo que será mera extensão do poder executivo.

Enquanto isso, a grande esperança contra a manobra no Congresso é um ex-seqüestrador.

Isto só torna mais urgente a leitura do artigo do Walter Williams que o Helder recomendou no Insurgente:

Not that many complimentary things are said about politicians. When a problem arises, people say, “Government ought to do something.” They seem to have forgotten that it’s the politicians who are running the government. Many think things can be changed by electing different politicians, but I ask: Given the incentives politicians face, why should we expect one politician to differ significantly from another? We should focus less on personalities and more on rules.

The kind of rules we should have are the kind that we’d make if our worst enemy were in charge. My mother created a mini-version of such a rule. Sometimes she would ask either me or my sister to evenly divide the last piece of cake or pie to share between us. More times than not, an argument ensued about the fairness of the division. Those arguments ended with Mom’s rule: Whoever cuts the cake lets the other take the first piece. As if by magic or divine intervention, fairness emerged and arguments ended. No matter who did the cutting, there was an even division.

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