O André Abrantes Amaral publicou uma coluna a respeito da provável independência escocesa. Tem todo o meu apoio (ainda que este apoio não signifique nada), assim como têm todo os meu o apoio todos os movimentos separatistas, sem exceção. A cada dia que passa me convenço mais e mais do seguinte: não há liberdade sem a fiscalização do governo pelo cidadão privado, e o cidadão privado não tem como fiscalizar um governo gigantesco. Os governantes devem ser pessoas que o cidadão conheça pessoalmente, a quem ele possa fazer uma pergunta numa assembléia. Isto, é claro, só é possível numa cidade-estado, e talvez só numa cidade menor do que uma metrópole como o Rio de Janeiro. Por isso eu apoiaria com mais fervor o movimento pela autonomia carioca se ele pretendesse a total autonomia da federação brasileira. O que aconteceria com a federação? Problema de quem ficasse nela; eu só torceria para que mais cidades se separassem.
Voltando à Escócia, ainda que ela seja um país e não uma cidade, e ainda que o partido proponente seja o partido de esquerda, a causa da fragmentação política continua sendo boa em si. Separar-se da Inglaterra, então, é excelente: o país que um dia abrigou a liberdade, que a teve sem ter um sistema filosófico que a justificasse, hoje é um dos países mais totalitários do mundo, onde câmeras controlam até mesmo a maneira como você organiza seu lixo. Sem contar, é claro, as milhares e milhares de câmeras em estradas. Espero que o futuro governo escocês não planeje separar-se da pérfida Albion apenas para copiar o que ela tem de pior.
Uma resposta para “Autonomia escocesa”
Os comentários estão fechados.