Mais Bruno Tolentino

Começando a comemorar já na véspera os 9 anos do Indivíduo, mais um poema. A gravação tem um minuto e meio.

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Bruno Tolentino

“O castelo interior”, As horas de Katharina.

São Paulo: Companhia das Letras, 1994

Tudo aqui embaixo quer o que ela quis.

Toda alma quer fazer o que ela fez.

É desastroso ouvi-la que uma vez

ouvido tudo aquilo que ela diz

é impossível voltar a ser feliz,

ou infeliz, com a mesma insensatez

de antes. É possível, se talvez

perigoso demais, ser aprendiz

da morte nobre, voluntária e ávida,

que a santa expostulou na fortaleza

prodigiosa e interior, se árida

(como Castela) à débil natureza.

É possível tentar (mas como Ávila)

durar na altura (torturada e presa).

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