Explicação rápida

Leio no Diário do Grande ABC que a imprensa quis cobrar de Collor uma explicação para seu “inusitado” apoio a Lula no segundo turno.

Epa! Leia-se de novo o que Lula disse no dia seguinte à divulgação do resultado das eleições no primeiro turno:

Vejam o Collor. Ele voltou. Estava afastado há 14 anos. Com a experiência que tem poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional.

Isso é que é inusitado. Cadê a cobrança por explicações?

Não estou aqui para aderir ao lado stalinista da imprensa (do tipo Luís Fernando Veríssimo), que cobra do Lula “coerência com seu passado”. Besteira. Lula era ruim antes e é pior agora, que aprendeu os truques publicitários necessários para seduzir a patuléia e ainda tem a seu favor a máquina estatal, cuidadosamente aparelhada.

Meu interesse no episódio decorre do prazer sádico de imaginar aqueles petelhos mais empedernidos, aqueles que sempre defenderam o voto no Lula, e que se mantiveram fiéis a ele apesar da sua “conversão ao neoliberalismo” (putz…), que se regozijam quando ele declara ao Globo que, se dependesse dele, não teria vendido estatal nenhuma. Imaginem só a quantidade de voltas argumentativas que essa gente vai ter de dar para justificar esse apoio do Lula a Collor. Haja materialismo dialético!

De toda sorte, em ajuda a esses pobres coitados, dou a resposta rápida: Lulla já prepara para mais 4 anos de mensalão, e sabe muito bem com quem deve negociar no Senado.

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