A reeleição de Lula tem como marco a compra de votos em escala “nunca antes vista neste país” (como eles gostam de dizer).
Não só pelo Bolsa Família – usado como um gigantesco mecanismo de compra de votos da população nordestina – mas também pelo uso descarado da máquina estatal para distribuir dinheiro para ajudar a campanha lulista. Foi o que aconteceu, por exemplo, na Bahia, e é o que acontece no Mato Grosso, Estado onde Lula perdeu para Alckmin no primeiro turno.
Reportagem da “Folha” de hoje mostra como foi obtido o apoio do governador reeleito Blairo Maggi à campanha de Lula no segundo turno:
O governo vai liberar, na segunda-feira, R$ 1 bilhão para a comercialização da safra de soja. Será a primeira medida do novo pacote agrícola que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu ao governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). Na quarta-feira, Maggi, conhecido no Estado como o ‘rei da soja’, passou o dia reunido com integrantes do governo. No final, declarou apoio a Lula em troca da promessa do Palácio do Planalto de criar mecanismo para desburocratizar a liberação de recursos públicos para produtores rurais. Uma medida provisória vai garantir a liberação do dinheiro. Além do apoio de Maggi, reeleito com 65,39% dos votos, o governo pretende despejar mais recursos na agricultura para reverter os baixos índices de votação do presidente nos Estados agrícolas do Sul e Centro-Oeste, regiões nas quais foi derrotado pelo tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno. A estratégia de conquistar os votos dos agricultores -descontentes com o governo por causa do câmbio valorizado que prejudica as exportações do setor- começou a ser gestada logo depois do primeiro turno. O diagnóstico partiu de aliados do presidente no Congresso. Eles sugeriram novas medidas de apoio ao setor. Esses aliados também articulam a entrada de Maggi no PMDB caso Lula se reeleja.
É o mensalão dos Governadores.