Para nós importa mais a “vida literária” do que a Literatura. É ela que nos dá prazer, que prende os intelectuais, que lhes desgasta as energias, o talento, a imaginação. É para ela, para a vida em torno da Literatura nos cafés, nas igrejinhas, nas confrarias – que vai a sua maior atenção. É aí que muitas gloríolas fáceis se constroem ou que muito cartaz se dissolve, à custa dos fogos cruzados de elogios desarrazoados ou de toda a sorte de processos de denegração, sabotagem, campanhas de silêncio, futricação, intrigas, deslealdades, piadas, epigramas, em uma palavra, da politiquice literária a qual, e somente a qual, chamei de molecagem engravatada. Se toda essa energia fosse empregada num sentido sadio e construtivo, no estudo, na meditação e na criação literária, seríamos algo mais ricos literariamente. Creio que isso é assunto por demais conhecido, assunto pacífico e incontroverso para exigir maior comentário. Lembra-me um conselho que recebi certa feita de uma notável figura de nossos dias: “Faça Literatura, mas não faça vida literária”.
É impossível não achar muita graça em textos sobre as maiores banalidades da FLIP destacados na home do UOL, por exemplo.
Idéia para ganhar dinheiro: publicar um Who’s Who literário brasileiro.