Por causa do programa Kairós, o articulista Gary North vai passar um fim de semana na prisão. O objetivo é religioso: levar um pouco de Cristianismo aos presos.
No texto em que anuncia seu projeto, North observa que o ideal seria que… prisões não existissem, e lembra que a prisão é uma herança imperialista, vinda do Egito e de Roma. Os judeus – o povo eleito – não tinham prisões, mas trabalhavam com um sistema de castigos e compensações, sendo que estas eram dadas às vítimas, e não à sociedade como um todo. Diante da possibilidade de receber uma compensação direta pelo mal causado ou ainda ter que, através de impostos, pagar para sustentar seu algoz na prisão, não vejo quem possa preferir a segunda hipótese.
Hoje as prisões existem por causa da crença na possibilidade de melhorar a natureza humana através da legislação – vejam como é fácil aceitar as prisões como se fossem a coisa mais normal do mundo, mas é difícil realmente concordar com este seu pressuposto quando ele é assim explicitado. Se ainda assim você achar difícil, tente pensar em quem são nossos governantes e legisladores: José Dirceu, Lula, Severino Cavalcanti e outras figuras ilustres. São estes que vão reformar a natureza humana?
Na melhor das hipóteses, os governantes e legisladores de hoje não parecem muito melhores do que seus antecessores; e, depois de tantos e tantos retumbantes fracassos, não seria boa idéia simplesmente eliminar os cargos, em vez de ficar sonhando com os futuros ocupantes?