A arte da escrita

Aprenda a escrever com Antonio Fernando Borges. Eu mesmo vou tentar – mais uma vez.

Antonio Fernando Borges escreveu um dos melhores livros de prosa que eu li nos últimos anos. Na verdade, não gosto de ler prosa, e costumo abandonar os romances que inicio lá pela página 20. Mas li com gosto e interesse Braz, Quincas & Cia até o final. Na época em que o livro foi lançado, quis muito escrever algo a respeito, mas fui impedido pela minha consciência de que não entendo de romances.

Isso não me impede de dar um julgamento mais subjetivo: o livro é do cacete porque captou exatamente a maneira como eu me sentia nos dias de sua leitura, que foram os primeiros dias da era Lula: desanimado, oprimido pela retumbante (52 milhões de votos) vitória da ignorância e do coletivismo.

E quando eu falo em “ignorância” não me refiro à canalhice de ficar dizendo que “o Lula não sabe português” porque comete erros de gramática que toleramos em outras pessoas, mas à idéia de que permanecer na ignorância é apenas uma forma de vida tão válida quanto qualquer outra – tão válida, por exemplo, como a forma de vida daqueles que se dedicam a sair da ignorância.

Olhamos acuados isto acontecer, sem entender direito o que se passava; e, se você está em busca de remédio para o desânimo e a obscuridade, nada melhor do que ver um grande escritor dar forma a esta sensação e assim iniciar seu exorcismo.

E ele ainda te ensina a escrever? Corra lá!

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