Sem tempo para escrever algo original para O Indivíduo. Só faço trabalhar, trabalhar, trabalhar. Enquanto isso, vou deixando vocês com mais um poema, este escrito em 2003.
Os velhos temas
Conhecemos os velhos temas:
a alma expectante, os sacrifícios,
as princesas e seus amores
irregulares como os trens.
As estrelas também: aqueles
arcaicos pontos luminosos
que simbolizam ou deslumbram
qualquer mortal, por mais inculto.
Convivemos com estas coisas.
Seus aparentes paradoxos.
Como nos guiam; como trazem
também eternas novidades.
Porém, não fossem os silêncios,
os tempos de contemplação
humilde, despojada, sóbria,
esta mensagem se ouviria:
– Os aviões estão parados.
Os velhos temas requentados
soltam fumaças e neblinas
dificultando a decolagem.
(terminado em 22 de setembro de 2003)