A maior parte das pessoas que conheço não é católica. Uns não são porque são de outra religião – muçulmanos, budistas. Outros pertencem às demais vertentes do cristianismo, do protestantismo ao cristianismo oriental. Há também os que não crêem, e os que não ligam. Todas estas razões, me parece, são razões subjetivamente justas para alguém não ser católico. O sujeito pertence a outra coisa, discorda do Vaticano mas não do que ele acha que é o Cristianismo, discorda do próprio Cristianismo ou não está interessado.
Mas há também aquelas pessoas que dizem que “até seriam católicas se a Igreja não tivesse feito aquilo”. Ou que não são católicas porque “existem essas pessoas na Igreja”. E falam naquele tom de segurança – o tom do acusador. Não é o tom, por exemplo, de um católico indignado com os abusos; é o tom de quem está fora e está dizendo que é melhor ficar fora porque dentro é sujinho demais.
A origem destes angelismos é sempre a mesma.