Preconceito contra o preconceito

Vocês não acham que há preconceito demais contra o preconceito?

Isso não é boutade não, é sério. Vamos pensar em quanto mal o preconceito já fez: quase nenhum. Hitler, símbolo máximo do “preconceito”, não tinha preconceitos contra judeus, mas conceitos. Podiam ser conceitos idiotas, mas eram conceitos, não sensações pré-conceituais. A escravidão dos negros também não aconteceu só por causa de um vago (ainda que intenso) sentimento de antipatia em relação aos negros. Se os portugueses, ingleses, franceses etc tivessem tanto preconceito assim nem teriam ido à África.

Doutrinas racistas estúpidas podem ser combatidas com argumentos. Mas o preconceito genuíno só pode ser combatido com a reeducação, com a mutação da sensibilidade. Agora cabe perguntar se alguém em sã consciência acha boa idéia o Estado ter a função de combater os preconceitos.

(Se o distinto leitor achar que sim, não fique imaginando o “Estado”, essa coisa linda, pura, maravilhosa e formidável que existe no mundo das idéias. Pense no Bush, no Kerry, no Lula, na Cicciolina, na Benedita da Silva, no Putin, no Chirac. Pense neles. O “Estado” são esses caras aí.

Aliás, essa é a mesma razão pela qual eu defendo radicalmente a separação entre Igreja e Estado: já pensou, a CNBB com poder político? Deus nos livre e guarde deste mal. Em tese tudo é lindo, meu filho. Na prática tudo é o PT.)

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