O mundo vai mal. Quem não sabe? Por toda parte – inclusive n’ O Indivíduo – encontramos explicações para “o que está acontecendo” e tentativas de descrever a nossa miséria.
Soluções, por sua vez, são um pouco mais escassas – mas quase sempre categóricas. Cada um escolhe a parte do mundo moderno que mais lhe dói e deduz de sua eliminação a solução universal. O embate entre as várias correntes cria uma expectativa: “algo” precisa acontecer que dê fim a estas dores e acusações. É a plenitude dos tempos.
Mas o que acontecerá quando “algo” chegar? Será que todas estas expectativas serão atendidas? Ao que parece, a chegada de “algo” à Judéia há 2001 anos frustrou muita gente. A verdadeira pergunta, então, é: o que EU farei quando “algo” chegar? Será que em vez de esperar que Cristo aja como Papai Noel e me dê aquilo que EU quero, não é melhor preparar-me para aquilo que ELE quer?
Se Cristo olhasse nos MEUS olhos em uma praia da Galiléia, o que eu faria? Será que eu estaria pronto? Será que minha casa está construída sobre a rocha? Será que não gastei todos os meus tijolos jogando-os nas casas dos vizinhos?
Pelo nosso calendário litúrgico, Cristo nasceu novamente. Quem ele encontrará? Pessoas com listas de desejos ou dedicados discípulos? É o excesso de desejos e a falta do cumprimento da vontade do Mestre que piora a situação – e cá estou eu também a explicar a “crise do mundo moderno”. Mas com uma ressalva: não há solução fora do interior de cada um, onde Cristo pode colocar a única coisa necessária, a paz que ultrapassa todo entendimento. Podemos dizer: “Mestre, salve-me” e mostrar dedicação; mas não podemos dizer: “Mestre, salve o mundo, que vai mal pelas razões expostas acima”.
Que Cristo, então, inspire mais uma vez os homens de boa vontade a buscar somente a Paz – a Paz no coração, não nos noticiários – , que os inspire a fazer tudo para merecê-la, que Ele a dê, e que Deus seja louvado nas alturas por todo o sempre. Amém.